POEMA MÍSSIL
Quero me explodir em erupção
Me esvaziar, me ver ausente
Fugir do real senhor presente
De todo o evento da razão
Lançar um grito de furar o céu
Parar o tempo num gesto louco
Versar doido, fazer aos poucos
Poema míssil, sonho e papel
Divergir de orden e decreto
Revirar folhas do universo
E rasgar os véus dessa dimensão
Cair lentamente num novo mundo
Revigorar sonhos moribundos
Descobrindo que nada foi envão.