INSONE

Quando o sono fica arredio,

fugindo desembestado, apurado,

não querendo conversar.

Vira-se pra cá e pra lá sem trégua,

a cabeça em polvorosa, a mil, a dois mil,

cadê o sono fugido?

De nada adianta tentar acalmar a alma,

de nada serve buscar silenciar os pensamentos,

pois todos poros estão em motim.

estreando uma batalha sem ponto final.

Cadê o sono escapulido,

cadê o descanso abençoado,

cadê a paz que deveria pousar, cadê?

Daí o bocejar corteja, se aninha,

olhos marejam, desatinam,

vãos do cansaço se aprumam.

Algumas noites são travessas,

faz parte do chão a percorrer,

calma, amanhã virá outro verso, outra matiz,

pro sono reinar como se quer,

vigorando até o novo dia acenar.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 09/02/2022
Código do texto: T7448107
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