INSONE
Quando o sono fica arredio,
fugindo desembestado, apurado,
não querendo conversar.
Vira-se pra cá e pra lá sem trégua,
a cabeça em polvorosa, a mil, a dois mil,
cadê o sono fugido?
De nada adianta tentar acalmar a alma,
de nada serve buscar silenciar os pensamentos,
pois todos poros estão em motim.
estreando uma batalha sem ponto final.
Cadê o sono escapulido,
cadê o descanso abençoado,
cadê a paz que deveria pousar, cadê?
Daí o bocejar corteja, se aninha,
olhos marejam, desatinam,
vãos do cansaço se aprumam.
Algumas noites são travessas,
faz parte do chão a percorrer,
calma, amanhã virá outro verso, outra matiz,
pro sono reinar como se quer,
vigorando até o novo dia acenar.