ACELERAMENTOS — 11h10 —

Logo depois da última folha, a encosta

emenda no perolado, feito um córrego

de águas ao contrário — e que percorre

o contorno misto das dez e vinte e nove.

E de seguida, chumbos pesados ocorrem,

soltos em estilhaços, e de bloco em bloco,

põem-se ao lado da janela azul que coloca

a manhã no presságio deste tempero forte.

Escrevo apenas um único poema — este nó

que não desata, esta ladainha lenta e de cor

e salteado… Porém o verso nunca se desloca

pelo mesmo caminho; sempre há outra rota.

Não largo da sua perfumaria, e nota por nota

— seu nome é o aceleramento das onze horas.