Perdido
Há uma atmosfera
Entre o pensamento e a matéria
Onde vagam sentimentos
Onde a gente se perde
Incrivelmente respirando e acordado
Saboreando a vida com desconfortos
Olhando sempre em busca de algo
Vivendo cada minuto
Dentre a banalidades das coisa
O majestoso se manifesta no impossível
O sol nascendo e os pássaros cantando
Como algo especial e natural
Como coisa ou como criatura
Não saber e ser pedido
Sentindo a angústia de sei lá o quê
Com a vida cheia e o cansaço cotidiano
O coração por ora apertado
Os seres que vagam
As conversas banais
A falta da razão
Com corpo cansado
Para temas sem sentido
Sentido na pele
Vagarosamente a vertigem
Galgando aos pés dos deuses a orientação
Buscando na linguagem a tradução
De todos sentidos, sentimentos e emoções
Pedido mas seguindo confiantemente
O sol brilha o mar e lindo sempre
O universo misterioso e as criaturas da terra
O mal ainda me espanta, confesso
Mas não me embassa a visão do bem
A reflexão traz a lucidez
E com ela epifania
Ainda temos as artes a música
Ainda vale a pena
Nossos heróis poetas esquecidos
Lembro saudosamente dos que já foram
Embarco nas coisas sem sentido
Contido íntimo choro
Ainda existe alegria, paz e felicidade
Pra que não perde a magia
De ver além da realidade
Perdido sim, sem sentido também...
Vivendo porém.
Mas sempre amém!