CARNE
Na margem da palavra
figos
liames brotados
uma águia desdentada
vírgulas cibernéticas
inapreensíveis acadêmicos
o bonde do século novo
vai descendo ruas
onde cometas batem bola
meus dedos se movem eletrônicos
cínicos arrematando jornais
velhas notícias meros jogos
bússola partida árvore de cristal
jirau balofo que flutua
palavras de rebites e aços de navalhas
relógios balançando sobre mares
aves de rapina bicando anjos
homem maltrapilho beijando a boca
da bela dama que orvalhada se pluga
velhas marquizes mijando pó
meninas sem batom vendendo chokito
palavras de silicone
prefeitos malfeitores adolescentes nuas
palavras de chumbo
o dia vertiginoso matizando fantasmas
no riso do cadáver
uma palavra bala