Também vou prá Pasárgada

Também vou-me embora prá Pasárgada!
Não sou amiga do rei,
mas quem sabe me acolham com festa,
ou me dêem uma cama modesta,
é o que preciso:
Preciso estar plena de mim...

Não preciso do burro bravo, nem pau de sebo,
nem bicicleta, nem telefone automático
prá ser mais feliz...
Mas preciso do rio e do mar, sim...
O que eu preciso é me perder
prá então poder me encontrar, enfim...

Me espera, tô indo,
rumo a Pasárgada, não vá sem mim!!! 


(Comentando Manuel Bandeira em Vou-me embora prá Pasárgada)
Foto Marta Ferreira