TEMPESTADE
Antes que eu veja o barco afundar
Estou saindo da sua vida,
Eu nunca soube o que é ficar
Eu só conheço despedidas.
Como o vento que é breve
Como o vento que assobia,
Sou o ar em dança leve
Que não encontra moradia.
Sem rumo, sem destino
Vagando pela imensidão,
A liberdade é o hino
De quem blindou o coração.
Movendo terra e oceano
Minha constante é a mudança,
Antes que surja "eu te amo"
Eu renovo a minha dança.
Toda brisa é oscilante
Imprevisível na sutileza,
Mas você... tão relutante
Só foi capaz de ver leveza.
Não vestiu sua armadura
Mergulhou na intensidade,
O frescor também machuca
Quando se torna tempestade.
E a tempestade afunda o barco.
Adeus... querido marinheiro,
O meu destino? Eu refaço.
Já destruí seu mundo inteiro.