feiuras lerdas
das feiuras lerdas e acinzentadas
do advento de ter razão
e ter certeza
sem o pulso que faz pulsar
as cores do teu coração
das feiuras ocas e insossas
do teu comodismo lírico
de proselitismos absurdos !
de tua constante certeza
sem a leveza
sem a delicadeza
a latejar as veias
da alma que estremece
com os lampejos da tirania de ter razão
não mais a ilusão de ter certeza
que corrói como doença
que se lançava e alcançava
as tuas estradas
os teus caminhos
não mais a ilusão doce
que se encarnava na tua fé cega
que te carregava e te sugava
como ambulante e peregrino
como míope rude
te encurralava e exalava a podridão
dos abismos profundos,
de subsolos em linhas retas
abissais e desertas
corroídas pela ferrugem
de seguir por entre buracos
solapados e deteriorados
e anestesiado nada sentia