A Espera

Traço uma linha entre meus pensamentos módicos

Pensando em poucos acontecimentos fatídicos

Posso até me sentir meio neurótico

Mas não tenho culpa dos sóbrios pensamentos etílicos

Tenho dificuldade de lidar com sentimentos ambíguos

De perceber meio raso o conteúdo do cálice

Você me remete a pensamentos em vórtice

E me faz sentir descendo uma ladeira íngreme

A reciprocidade precisa ser monossilábica?

Ou encontramos razão em problemas fonéticos?

Tenho problemas em relação ao passado, a traumas futuros e conflitos éticos

E a cada verso analiso sua métrica

E crio minha própria paranoia trágica

Às vezes me sinto um tanto patético

Será que de fato existe nisso uma mágica?

Tenho pavor das relações efêmeras

Coisas de instante capturadas por câmeras

Mato quimeras com as quais sonho sonâmbulo

E para meu veneno ainda não sei o antídoto

Espero cansado pela palavra última

Aquela que enfim me dará o devido fôlego

Na espera que você seja meu espelho fantástico

Aliviando as neuras de um pensamento trôpego

Cristian Arantes
Enviado por Cristian Arantes em 03/02/2022
Código do texto: T7444284
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.