A Espera
Traço uma linha entre meus pensamentos módicos
Pensando em poucos acontecimentos fatídicos
Posso até me sentir meio neurótico
Mas não tenho culpa dos sóbrios pensamentos etílicos
Tenho dificuldade de lidar com sentimentos ambíguos
De perceber meio raso o conteúdo do cálice
Você me remete a pensamentos em vórtice
E me faz sentir descendo uma ladeira íngreme
A reciprocidade precisa ser monossilábica?
Ou encontramos razão em problemas fonéticos?
Tenho problemas em relação ao passado, a traumas futuros e conflitos éticos
E a cada verso analiso sua métrica
E crio minha própria paranoia trágica
Às vezes me sinto um tanto patético
Será que de fato existe nisso uma mágica?
Tenho pavor das relações efêmeras
Coisas de instante capturadas por câmeras
Mato quimeras com as quais sonho sonâmbulo
E para meu veneno ainda não sei o antídoto
Espero cansado pela palavra última
Aquela que enfim me dará o devido fôlego
Na espera que você seja meu espelho fantástico
Aliviando as neuras de um pensamento trôpego