SEI-LÁ-MAIS-O-QUÊ
Filhos são guizos cintilantes
ecos do melhor das nossas almas
e do pior também.
Admiramos seus passos, repentes. voos.
Amamos suas cores, texturas, brilhos,
somos fãs incondicionais, aplaudindo de pé cada novo respirar,
Mas por vezes desbotam o tom, tocam a nota errada,
esbravejam quando deveriam abençoar.
Por vezes nos desencantam, destronam,
embaralham nosso chão.
Mas o amor paternal perdoa tudo,
perdoa motim, cilada, maldades todas.
E assim as águas retomam sua calmaria,
sem bem-estar, seu querer-só-bem.
Mas o amor paternal com todos seus calos,
cicatrizes e colos,
também tem o seu chega,
também tem corda que estica,
também tem prazo de validade.
Daí aqueles filhos tão amados, derrapam.
daí aqueles filhos tão eternos, descarrilham,
daí aqueles filhos tão filhos, sei-lá-mais-o-quê.
Sei-lá-mais-o-quê.