Outras faces da razão
Num domingo qualquer
Ouço vozes à toa
Vejo as bombas caírem:
Fogo, ferro e dor.
Não adianta mais correr agora
Não temos mais motivos pra cantar
Me sinto pequeno em outros olhos
Em outras faces da razão.
Numa noite escura
Ouço alguém me falar
Que o mundo
Não acredita mais em lágrimas
Que a morte é amiga,
e a vida
Tão chata,
Que a lua não pertence ao romance de ninguém...
Porque além do portão
A foice nos aguarda
com um sorriso negro nos lábios
Como servos da morte,
Soldados de uma revolução sem causa
E sem razão.
Me sinto pequeno em outros olhos
Em outras faces da razão.
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