METILPOEMA
...e sopro nos acordes da indolência,
saudade do mistério que não fui,
esgoto, me drenando a consciência,
da luta com meu sangue - que não flui.
Não sei de tantos mares e desertos,
no âmago da dor que, em mim, se espraia.
Tomara que algum anjo passe esperto
e a leve, de uma vez, antes que eu caia.
Pileques - já tomei de certos versos -
promessas, que cumpri por tanto tempo,
sonetos, que arrotei temas perversos,
e os dias, que deixei rimar no vento.
Por hoje, quero a parca lucidez,
de me acordar em noite sem lamento,
qual louca, que se enforca em sensatez,
qual ladra, que se rouba amor detento.
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