Destinatário(s)
Seríamos os destinatários naturais de teu amor.
Ilusão que carregamos até hoje.
Não és como Ele, que é incapaz de amar.
É que sempre estivestes ocupada demais com as feridas em tua alma.
Uma questão de amor-próprio, ainda que inatingível onde escolhestes ficar.
Não penses que não te amamos.
Observamos inertes teus passos ilusórios.
Não por indiferença, apenas por respeito.
Claro, tudo isso nos entristece.
Saber que estamos tão próximos e não podemos tocar ou sentir esse amor...
Não fosse a satisfação da “vitória” nos olhos teus, tomaríamos a culpa da distância que nos separa.
Curiosamente, até suas ofensas a Ele refletem esse amor adoecido.
Cuja versão sadia, embora tão perto, “nunca” tocou em nós.
Afinal, foi sempre Ele quem o sugou de teus “seios”.
Perdoa-nos o mau jeito!
Somos gratos pelo que fizestes ante as possibilidades.
No entanto, morreremos aguardando teu amor.
Dolorosa compreensão.
Forçosa inação.
Receba(m) nosso amor!
Não o cósmico universal, mas, tão somente, o filial.
Ipatinga, 29 de janeiro de 2022.