HÁ DEUS
Foste embora, sem mais...
Fiquei sem céu sem chão,
apenas restou o não.
Nem ouvistes os meus ais !
Despedacei-me em brilhantes
lágrimas translúcidas, cristalinas,
descendo, perdidas peregrinas,
em paralelos rios cachoantes.
Então, ergui nos olhos comportas.
Inundei-me da paixão recolhida,
afoguei-me por dentro, contida.
Tornei-me um tudo-nada por vias tortas.
Afastei-me de todos, do mundo.
Tranquei todas as portas, disse adeus.
Mergulhei no abismo profundo de mim...
E lá estavas, a salvo, no fim. Há Deus!
(para o tópico Poesia on-line, em 19/11/07)