REFÉM

Beijo e me calo;

Falo, depois ouço.

O muito que falo,

É raro, é pouco.

O ruído se desfaz,

Como um grito,

Que o tempo refaz

Ao sopro infinito.

E volto ao começo,

Ao beijo, à míngua;

Assim me despeço,

Refém dessa língua.

João Barros
Enviado por João Barros em 28/01/2022
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