Esteta por Valentia
Viver os perigos em linhas curvas, sinuosas,
Leves,
Soltas
tem mais sabor da virilidade das Bonitezas
que pulsam na alma e no coração
- do que viver seguro por entre as linhas retas, pesadas, carcomidas pela firmeza da solidão de ter essa certeza !!
Da crueza e da rudeza de ter razão
Diluída pela ferrugem seca e dura com os vínculos lodentos
Que ardem e queimam feito noites cegas apavarodas por entre regras cegas
Amontoadas por cima dos medos
De voar leve como pétala suave e arredia!
Viver moldado pelo calibre da razão analítica!
Viver tolhido pela voracidade racional de ter razão
Viver encurralado por entre as paredes das Certezas razas sem a delicada profundeza abissal do sonho que me tonaliza, me matiza e me faz colher delírios sem os suspiros certeiros de sentenças frias !
Que são de um tamanho medonho demais pra mim
- Viver assim
Me encurta, me tolhe, me encolhe,
Me parafusa aos lastros dos dogmas que subjazem em fés míopes
Não me faz sorrir a alma!
Viver amalgamado por entre as farpas mesquinhas de verdades rotineiras
Que aberram!
Que soterram !
É doentio !
É febril demais pra mim!
Viver nas jaulas e gaiolas
Com miopia crônica
Sem assepsia poética
É ficar decrépito e insosso!
Esquelético e anêmico
Anacrônico e disruptivo
Sem a fonte da Beleza Poética a me nutrir
A me enoivar com a vida
Viver forjado !
Viver acorrentado!
Viver asfixiado pelas tonturas
De regras cegas ,
De regras vagas,
De regras vazias,
Amalgamado com os abismos tontos
Ocos, perversos
Sem asas pra compor sonhos
Pra esculpir versos
Pra me embelezar da agonia
Do agora !!!
Viver sem a polidez do sonho, sem a delicadeza da utopia - é vago demais ! É caro demais! É vulgar demais ! Quero ser esse prostituto - poeta - sempre !!
Esteta por valentia