Milonga de bairro
Ele trouxe um oásis sedento de pedras e verdugos, chorou rios de infortunios e silêncios,
Ele tinha intenções de ocasião, e esse cálculo frio e miserável de milongas de bairro e muros amarelos,
Buscava almanaques de mundos, de signos e naturezas mortas, sabia que o espanto de não saber que aqueles últimos anos de carências e horror eram apenas um passado estéril de dor,
Ele inventava um futuro real onde as noites e os dias eram lentos espaços de sonhos proibidos , onde nada era provisório mais sim um archivo de palavras mortas, de minuciosas audácias cegas de ousadia.