Intempéries do tempo...
O coração sangra,
Onde a saudade se aloja,
Nas lembranças do tempo,
Inacabadas vontades,
Amores em grades,
Prisão angustiante,
Fui fiel aos sentimentos,
Hoje tenho-os distantes,
Como navalhas, deixo-me marcas,
Profundas que enfraquecem a alma,
Doridas lágrimas,
Que não suportam meus silêncios,
Caí no marasmos,
Murchei, mesmo com chuva da solidão,
Molhado corpo, carente...
Luto com as minhas abstrações,
As quimeras dessas ilusões,
Onde o vazio consome o ego,
Dessa saudade quero desapego,
Amo-te e não nego,
Na contramão dos meus desejos,
Feridos beijos, corro perigos,
Talvez não existisse o amanhã,
Recolho os restos das minhas tépalas
Caídas e pálidas,
Para que não as pises por completo,
Ainda nutro os segundos,
Nessa intempérie do tempo,
Quem sabe, ainda possas voltar (...)
(M&M)