UMA NOITE DE SOL
Tão logo acordou, feliz e animado, vestiu-se de sonhos e foi caminhar
O sol serelepe, pintava o sete, criando nas ruas sombras coloridas
As cores da vida, que andavam escondidas, se desabrocharam
E os passos dançantes, em ritmo de amante, ao som do imaginário
Referenciava os passantes com um toque galante que contagiava
O tronco arqueado, a mão no chapéu, sorriso nos lábios, a alma no céu
No café da calçada, um chá com torradas, de pernas cruzadas pra ler o jornal
Olhou para o lado, não estava sozinho, pois um passarinho catava e encantava
A felicidade pousou no seu peito, pura e sem defeito, fazendo verão
E não viu mais nada, na hora marcada, sem aviso prévio, o relógio tocou
Braços estirados, bocejo folgado, virou para o lado e se levantou
Não ficou frustrado, mundos separados, o sonho foi bom enquanto durou.