A VIDA É UM PULA CORDA.
Sou misto,
composto de urgências,
sou comunista,
socialista e liberal,
sou tudo que se diz,
velho e por fim atual.
Tenho abastados medos,
monstros a superar,
num poema só, não
me lê.
Tenho dores insuportáveis,
um sorriso no final.
A vida é um pula corda
na surra dos radicais.
Procuro a felicidade,
e nunca sei onde está.
Procuro e nunca encontro,
a metáfora ideal.
Sou confuso noite e dia,
complicado vendaval,
sou rio que corre manso
para a sede saciar.
Deixo na ponta de um lápis
um mundo a entornar.
Sou pastor da poesia,
nas margens de um ribeirão,
contando numa hipérbole,
um mundo de confusão,
as palavras são tijolos,
que edificam construções.
Tranço num verso um sonho,
resgato o meu sermão,
prego pro meu silêncio,
a vida dos meus irmãos.
é tantos morando nas ruas,
sem sequer ter proteção.
Não sou contra o abastado
que da luta conquistou,
o que regurgito em versos,
são as rapinas perversas,
que do estado se apropriou.
Não dá pra engolir calado,
o orçamento do estado,
que o governo sancionou,
tira verbas dos pilares,
corta aqui, ali, acolá,
para nas mãos do parlamento,
vinte e um bilhão entregar.