Só mais um bêbado
A mola frouxa dos quadris
E o hilariante bordejar das pernas
Atribuíam-lhe a culpa pelo vício.
Era do álcool a própria botelha
Era o alheio da vida,
Morrendo um sorriso por dia
Enquanto mordia a delícia da sobrevivência
Num nervo bovino a lhe servir de petisco.
Em sua existência pacata
Nem dores, nem alegria,
Passou sem muito mistério
Sem relevância, nem brilho.
Esteve na terra, mergulhado na dose
Numa razão paralela aos sentidos.
Foi mesmo insignificante,
Ao menos não incomodou ninguém.
Veio e foi como veio,
Sozinho. Sorrindo. De bem com a vida.