Só mais um bêbado

A mola frouxa dos quadris

E o hilariante bordejar das pernas

Atribuíam-lhe a culpa pelo vício.

Era do álcool a própria botelha

Era o alheio da vida,

Morrendo um sorriso por dia

Enquanto mordia a delícia da sobrevivência

Num nervo bovino a lhe servir de petisco.

Em sua existência pacata

Nem dores, nem alegria,

Passou sem muito mistério

Sem relevância, nem brilho.

Esteve na terra, mergulhado na dose

Numa razão paralela aos sentidos.

Foi mesmo insignificante,

Ao menos não incomodou ninguém.

Veio e foi como veio,

Sozinho. Sorrindo. De bem com a vida.

Cyntia Pinheiro
Enviado por Cyntia Pinheiro em 25/01/2022
Código do texto: T7437111
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