Efêmeros
Dou voltas e voltas
Em torno do meu próprio eixo
Quisera saber as respostas
A desgraça humana e seus apegos
O que afinal esperar da vida?
Tão fugaz, mordaz é a trajetória
Se caminhamos ao fim da linha
Resta-nos o enfado de lutas inglórias
Incansável é a busca humana
Pelas razões de tantas desventuras
Uns chafurdam seus pés na lama
Outros, pisam na própria fartura
Volteamos ciclos infindos
Como se a eternidade nos pertencesse
Na prepotência de tantos desatinos
Como se isto nos amortecesse
Vivemos barganhando com o tempo
Andamos satisfeitos, viver nunca basta
Poderíamos dissipar o descontentamento
Abriríamos mão dessa busca trágica?
Vivemos à espreita da razão de tudo
Sabotamos momentos por medo
Adentrando num abismo tão profundo
Da consciência de que tudo é passageiro.