Pobre Espelho...
Espelho, espelho meu,
Tem alguém que sofre mais do que eu?
Ainda vivo trovando em horas mortas
E fazendo versos de amor para musas...
Mas, ai de mim! Já nenhuma se importa!
Não sei o que houve,
Mas o amor já é outro,
E ninguém me ouve...
O tempo passou e eu não soube.
Mas a poesia já é outra,
E ninguém me ouve...
Espelho, espelho meu,
Tem alguém que sofre mais do que eu?
“Tem! – berrou o espelho, de raiva a refulgir -
“Eu, que sou obrigado a te ouvir!”