Janeiro branco

Branca página, leito à espera

Do desdobrar e debruçar da rima costumeira

Brancas paredes de hospital

Branco dos frascos lacrados,

Da roupa, da sopa, da enfermeira.

Saúde!

Paz!

Súbita ladeira!

A mente é um continente

E sem rotas ou mapas, tudo contém .

Do branco ao negro cabe tudo:

Negação, mão estendida, ferida escondida

Da morte ao amor de alguém.

E a lacuna profunda entre o sorriso e a lágrima...

Seria branca também?

@Charlene.franca2