"MEU SILÊNCIO" Poema de: Flávio Cavalcante
MEU SILENCIO
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
O silêncio que me mata a alma
O mudo que muda toda a história
Bico calado promove a vida calma
Para que a existência seja só vitória
II
Silenciar é a arma que se precisa ter
Entrar e sair sem nunca deixar vestígio
Entrar em silêncio e sair sem dever
Promove ao espírito total prestígio
III
Com o silêncio se conta toda uma história
Falar pouco se faz um bem necessário
Limpa as mazelas produzidas pela memória
Produz um bem maior de formato relicário
IV
É profundo o meu lado sombrio e silencioso
Quando enfatizo o meu calar além da garganta
Pareço caminhar no lado escuro e tenebroso
E algo mais profundo percebo que me levanta
V
Em solos abertos verdejantes, ricos e aprazíveis
O campo aberto em um belo jardim florido
Como um bálsamo aos ouvidos mais sensíveis
Ficar calado faz o rouco da voz ficar retido
VI
A minha sentença foi dada sem ter tribunal
Pelo juiz do meu eu e que eu considero Juvêncio
O apelo pela martelada nunca vai me fazer mal
Na boca uma mordaça em prol do meu silêncio