Tão Pequenina num Canto, Tão Gigante na Solidão
Os dias têm sido cruéis
Você tenta respirar mas o ar não penetra seus pulmões
A rejeição parece fazer parte do seu cotidiano
Como o guarda-chuva que sempre está na bolsa
De alguém que passa o dia fora de casa
Você se sente tão só e insuficiente
Seu reflexo no espelho não te agrada
A autoestima está no subsolo
E você se sente fraca
Tão pequenina num canto, tão gigante na Solidão
Esperando que a dor possa dar uma trégua
Para que finalmente possa encarar os problemas de frente
Para que as oportunidades cheguem logo
Mas a espera é excruciante
Você tem consciência que conquistou várias coisas
Mas nenhuma delas parece validar seu merecimento
A síndrome do impostor dá as caras mais uma vez
E você chora num canto
Porque é o único que te resta
Você só quer um abraço, um aperto de mão
Alguém que te ouça sem julgamentos
Sem te deixar pior do que você já está
Ou que traga sofrimentos vivenciados
Para diminuir o peso que os seus tem sobre sua vida
Quando na verdade só piora
Porque não importa os problemas que você já enfrentou
A outra pessoa é como o próprio nome já diz: a outra
Com outra realidade, outra experiência e outro processo de superação
Se você é capaz de entender isso, acredite, já ajuda muito
Eu só queria desaparecer
Para não carregar a constante sensação
De ser tão pequenina num canto e tão gigante na solidão
De poder canalizar todos esses sentimentos ruins
Que vão matando por dentro tudo que consegue
Quero ser mais feliz, mais iluminada
Me sentir bem comigo mesma
E não esse grão de areia pisado
E dissolvido na imensidão
Quero trilhar meu próprio caminho
E não depender de ninguém
Quero cuidar de mim
Me dar o colo que preciso
Dar o cafuné que anseio
Dar o apoio que faz falta
E ser a melhor versão que conseguir de mim mesma
Para deixar, pelo menos na maior parte do tempo
De me sentir assim
Tão pequenina num canto, tão gigante na solidão.