ANJOS SEM ASAS

Anjos sem asas, voam no céu de desconhecidos,

Transformando os momentos desfalecidos,

Em horas jamais imaginadas,

E as páginas viradas,

Nunca mais vividas e nem lembradas,

Caem por terra, nos choros esquecidos.

Voos rasos em obras,

Virtudes, desdobras;

Guardas de desvalidos,

Ou sofridos

Dos dias atuais.

As trombetas soam

Nas necessidades,

E despidos de vaidades,

Os anjos mergulham

Aos braços dos que nada têm,

E em coro, hinos entoam,

Nas obras de amor,

Nos gestos do bem.

Os olhos brilham!

Os corações saltam,

E os Céus exaltam

Aos benfeitores!

Oxalá! Se o mundo soubesse amar,

Se os anjos da terra fossem maioria

E se a alegria fosse total!

Pode até não haver asas de penas,

Mas em dias e noites serenas,

Há asas de amor!

Ênio Azevedo