PRAZER! SOU O PIOLHO
PRAZER! SOU O PIOLHO
Carlos Roberto Martins de Souza
Vou me apresentar a você sem rodeios
Acredite tenho os pés sobre sua cabeça
Passeio pelos seus cabelos sem receios
Pois eu quero que você não me esqueça
No dicionário diz que sou um sugador
Um inseto que incomoda até marmanjo
Mais sinto muito carinho e muito amor
Por cabelo de idoso e também de anjo
Seja ele de pobre ou filhinho de doutor
De cabelo lisinho ou encaracoladinho
O longo médio ou curto seja o que for
Mas também pode ser muito lourinho
Pretinho comprido esticado na chapinha
Pode ser pintado ou também o crespinho
Me dou bem na cocotinha e na velhinha
Aceito ruivo castanho o duro e o fofinho
Se tem seborreia caspa eu me refastelo
Da cabeça faço o meu campo de pelada
Junto meus companheiro para um duelo
Corremos fazendo uma disputa danada
Qualquer cabeça para mim me satisfaz
Só não sou chegado no maldito careca
No teto liso brilhoso não me sinto capaz
Lá não tem como tirar nem uma soneca
Sou muito insistente eu sou o seu terror
Nem suas hábeis unhas bem treinadas
Me tiram a triste fama de conquistador
Sou amigo de venenos você me viciou
Shampoo sabonete vinagre ou perfume
Sou resistente tudo isso eu acho normal
Na homeopatia tenho simpatia e ciúme
Porque a danada é muito mais natural
Tem duas coisas que estão me matando
Mas sou um teimoso dou muito trabalho
Passar o pente fino e a mão me catando
Entre as unhas me sinto em frangalhos
Quando pequeno eu sou lêndea em ovo
Mas minha infância dura pouco demais
E logo eu cresço para infernizar o povo
Eu sou um terror na cabeça dos mortais
No passado o Neocid era inimigo mortal
As mães me prendiam debaixo do pano
Com a cabeça coberta era o sufoco total
E aí eu percebia tinha entrado pelo cano
Para a Covid inventaram a Cloroquina
Ela fez um enorme estrago na política
No meu caso foi uma tal loção Piolixina
Com ela tornaram a minha vida crítica