?
Grilos, sapos, rãs...
Fendem o breu em frágeis cantos
No instinto homiziado que os supera
Chamam por um par que desconhecem
À espera de completarem no outro
Algo em que resulte mais que a soma...
Ou eu é que emolduro o canto deles
E aquele
flautista sentado na esquina
Naquela esquina
Uivando solilóquios
Num esperanto indecifrável
E o do acordeão
E o das cordas
Vivendo em serenatas
Sob a janela do céu
Violão por lira antiga
O tórax mais que tambores
Na canção sem berço
Querendo mais
O amigo, a amada, o esposo
Do peito, do leito, da alma
As faces do amor
Que eles conhecem
E nós
Cantemos também
Pois
Dentro do coração selvagem
Pulsam
Na surpresa do instantâneo
Agudas ondas de luz
Canta,
Canta, estala, eclode
Canta, criança
Até Ser, tudo é esperança