MINHA DOCE TAPERA
A casa do mato expele fumaça pela chaminé
exala o cheiro de cuscuz no fogão à lenha
A chuva traz o perfume
da terra molhada
O esterco das vacas que pastam
adudam a terra úmida
A vida surge em caules verdes e viçosos
debulham seus grãos espargidos ao chão
Um dia após o outro o homem do campo
vive sem culpas e sem medos
Futuca os dentes com
farpas de madeira
A contemplar o infinito
pita seu cigarro de palha, absorto
Dormita em rede pendurada na varanda
de pau à pique
antes de voltar pro roçado
Que inveja boa
eu sinto do homem do campo!...