MINHA DOCE TAPERA

A casa do mato expele fumaça pela chaminé

exala o cheiro de cuscuz no fogão à lenha

A chuva traz o perfume

da terra molhada

O esterco das vacas que pastam

adudam a terra úmida

A vida surge em caules verdes e viçosos

debulham seus grãos espargidos ao chão

Um dia após o outro o homem do campo

vive sem culpas e sem medos

Futuca os dentes com

farpas de madeira

A contemplar o infinito

pita seu cigarro de palha, absorto

Dormita em rede pendurada na varanda

de pau à pique

antes de voltar pro roçado

Que inveja boa

eu sinto do homem do campo!...

Beto Alves
Enviado por Beto Alves em 17/01/2022
Reeditado em 18/07/2022
Código do texto: T7431303
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