Poema aos desenganos
Vi refletida nas águas calmas, a tua imagem.
Era assim, como as árvores do entorno,
De plácida e exuberante natureza.
E quedei-me por momentos, entre encantado e absorto.
Mas a fidelidade do espelho, não revela a alma.
E o tempo agirá, como a brisa que sopra serena,
E fará turvar o que é tão somente reflexo,
Fazendo-nos olhar de frente para a realidade.
E assim nossos olhos enganam nossos corações,
Quando permitem que nos apaixonemos pelas aparências,
Imaginando que elas possam nos revelar o íntimo.
E assim nossas ilusões transformam-se em amarguras,
Nossos sonhos se desfazem massacrados pelos fatos,
E nossas vidas se perdem em labirintos de desenganos.