Hora marcada

a águia saltou do topo da montanha.

com as asas coladas ao corpo,

desceu as escarpas como uma flecha

rasgando a retina dos meus olhos

no chão a cobra tomava banho de sol,

não percebia o perigo inevitável.

seu veneno não ajudaria em nada,

sua morte prematura estava decretada

as garras afiadas, sem dó nem piedade,

trespassaram as vértebras da víbora,

outrora fortes e reluzentes,

como as pupilas de quem tem medo

viver e morrer têm o mesmo preço

tanto faz para o homem ou o bicho,

mas nem o varão nem a serpente,

nasceram para morrer na véspera

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 19/11/2007
Reeditado em 19/11/2007
Código do texto: T743078
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