Hora marcada
a águia saltou do topo da montanha.
com as asas coladas ao corpo,
desceu as escarpas como uma flecha
rasgando a retina dos meus olhos
no chão a cobra tomava banho de sol,
não percebia o perigo inevitável.
seu veneno não ajudaria em nada,
sua morte prematura estava decretada
as garras afiadas, sem dó nem piedade,
trespassaram as vértebras da víbora,
outrora fortes e reluzentes,
como as pupilas de quem tem medo
viver e morrer têm o mesmo preço
tanto faz para o homem ou o bicho,
mas nem o varão nem a serpente,
nasceram para morrer na véspera