SILÊNCIO!
Francisco de Paula Melo Aguiar
É a ausência absoluta de ruído.
Noturno, vespertino e matutino.
O falar agora ou calar para sempre, se permitido.
Em público ou em privado, cabotino.
É o desatino de quem se cala.
Porque prefere assim não falar.
Perante Deus e o mundo não fala.
Assim na Terra, como no Céu e no Mar.
É o não querer desembuchar.
O visto pelo não visto e o dito pelo não dito.
Ante Deus e os homens prefere silenciar.
Nada tem haver com isso ou isto, espinho-de-cristo.
É o excesso de tudo com calma.
O sossego do corpo e do espírito.
E o repouso eterno da mente e da alma.
O silêncio absoluto das paixões do perispírito.