Homenagem à cidade de Simão Dias
Pão quente com manteiga de fazenda
Com canela, bolachão
Tubaína, coisa fina
Tudo em vendas de esquina
Ninguém toma
Isso ninguém toma
Samba de roda, capoeira
Quarta-feira, dia de feira
Tudo fica diferente
Nunca vi em outro lugar
Ninguém toma
Isso ninguém toma
Gingado, gritaria
Discussão, algazarra, confusão
A feira precisou da intervenção
Até mesmo de D. Pedro
Mas tudo acaba tão bacana
Sob os olhos de Sant’Anna
Ninguém toma
Isso ninguém toma
Criança baderneira
Senhora fofoqueira
Lavadeira, passadeira
Vizinhas de doutores
Caçadores, promotores
Numa casa tem fartura
Noutra, lamúria e dores
Ninguém toma
Isso ninguém toma
Berço do intelecto, do político
Ruas ininteligíveis, conduzindo-nos
Ao infalível
Na boca de cada um, a retórica aprazível
Ninguém toma
Isso ninguém toma
Quisera lagartenses algum dia
Anexar de volta as terras de Simão Dias
Peleja das gigantes iam encontrar
Não passariam do Vaqueiro
E assim de nada precisaria a população
Erguer suas armas, levantar suas mãos
Poderia tudo continuar igual
Riso no rosto, olhar afável
Porquanto o Vaqueiro em seu cavalo
É líder inexpugnável
Ninguém toma
Isso ninguém toma