Homenagem à cidade de Simão Dias

Pão quente com manteiga de fazenda

Com canela, bolachão

Tubaína, coisa fina

Tudo em vendas de esquina

Ninguém toma

Isso ninguém toma

Samba de roda, capoeira

Quarta-feira, dia de feira

Tudo fica diferente

Nunca vi em outro lugar

Ninguém toma

Isso ninguém toma

Gingado, gritaria

Discussão, algazarra, confusão

A feira precisou da intervenção

Até mesmo de D. Pedro

Mas tudo acaba tão bacana

Sob os olhos de Sant’Anna

Ninguém toma

Isso ninguém toma

Criança baderneira

Senhora fofoqueira

Lavadeira, passadeira

Vizinhas de doutores

Caçadores, promotores

Numa casa tem fartura

Noutra, lamúria e dores

Ninguém toma

Isso ninguém toma

Berço do intelecto, do político

Ruas ininteligíveis, conduzindo-nos

Ao infalível

Na boca de cada um, a retórica aprazível

Ninguém toma

Isso ninguém toma

Quisera lagartenses algum dia

Anexar de volta as terras de Simão Dias

Peleja das gigantes iam encontrar

Não passariam do Vaqueiro

E assim de nada precisaria a população

Erguer suas armas, levantar suas mãos

Poderia tudo continuar igual

Riso no rosto, olhar afável

Porquanto o Vaqueiro em seu cavalo

É líder inexpugnável

Ninguém toma

Isso ninguém toma

Guillherme Sotero
Enviado por Guillherme Sotero em 15/01/2022
Código do texto: T7429736
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