ETERNO PRESENTE
Um poeta é sempre patrão do tempo,
Demite seus tormentos,
Contrata suas ternuras,
Produz suas desventuras.
Um poeta é sempre irmão do tempo,
Se cuidam juntos,
Se brigam sem ódio,
Se dependem no dia a dia.
Um poeta é sempre cônjuge do tempo,
Se flertam desejando,
Se acolhem sem ócio,
Se envelhecem juvenis.
Um poeta é sempre timão do tempo.
Enfrenta tempestades,
Se perde na névoa lúdica,
Se imerge e emerge.
O tempo é sempre fascínio de poeta.
Intemporal verseja,
Atemporal adeja,
Eterno: é o presente!