Na esquina em que tu passas.
Na esquina em que tu passas, tenho cadeira cativa.
Olhos fixos na distância, busco qualquer relevância,
Que possa ser o seu vulto.
Te vejo todos os dias, tempo de espera infinita,
Uma ansiedade aflita, que esmorece meu mundo.
Dou a vida por um só segundo, para aspirar o perfume
E aquecer-me no lume que emana de teu resplendor.
Na esquina onde me esqueces, a luz vai embora mais cedo,
Talvez por cuidado ou medo, de um novo amanhecer.
Na tortura da espera, as horas de mim desdenham.
Meus sonhos são todos desenhos, que crio para te ver.
Noites tão conturbadas, infindáveis madrugadas,
Prenunciam que o Sol, não tem pressa pra nascer.
Na esquina onde a paixão, cria um clima de desejo,
Onde lábios clamam por beijos e as mãos por afagar,
A vida faz ironia e ocupa todos os meus dias.
O amor concede clemência, pra depois me escravizar.