O Grito.
Grito.
Hoje, então, grita pelo meu nome e já não se esconde em pronomes
e me pergunta para onde vamos e me pergunta quem somos
será que podemos ir adiante ou é melhor deixar como antes
deixar o tempo decidir coisas do coração ou abrir mão da razão
se desejo você, você diz ser um desafio, que corremos perigo
pois a razão diz que não damos certo juntos pois mentimos
e nos seus olhos tristes só vejo um sorriso meio amargo
eu só queria devolver o brilho dos seus olhos e te beijar como louca
e antes que eu esqueça tirar o amargo da tua boca
como uma abelha rainha te saciar na saliva e te matar de amor
depois de conseguir meu objetivo, fingir que não estou aflita
pois sei que você vai embora para sua verdadeira colméia
enquanto eu fico aqui quieta esperando a hora de você voltar
e dizer que não damos certo e é melhor acabar
e depois de eu muito implorar, você me deixa acabar com você
e você diz que não vai mais voltar e é pra me conformar
bate a porta com raiva, raiva de quem sabe que vai voltar
então eu grito e te espero mais uma vez para saciar o teu amor
já que não encontra em mais ninguém o que eu dou a você.
Eu sei que você vai voltar, mas também sei que nunca vai ficar
pois na verdade sei que tens medo de mim e diferente do meu amor
não vai aguentar me perder e estando comigo sem me possuir
não poderá perder o que na verdade nunca foi teu
e eu continuo fingindo que sou tua e na verdade sei que não sou de ninguém
então prefiro contar uma história para nunca ter que ouvir o teu grito
pois diferente do meu ele vai ser verdadeiro.
Então eu grito... eu grito por você.
Ricardo di Paula, 19/11/07.