A MELGAÇO
Tu és o recanto da saudade,
Anacoluto do meu bem querer!
Em teu regaço,
Oh! Que suavidade…
Seria tão bom pra sempre em ti viver!
Fosses somente alma louçã…
Na dociáspera lira do poeta
Foste consagrada, Melgaço, a predileta,
Senhora absoluta do primeiro sol da manhã!
Quanta beleza ostenta o teu crepúsculo
Quando os pássaros em perene e meigo opúsculo
Atingem serenamente a Ilha da Maracanã!
Mas és também
Emaranhado de incertezas
Ocaso frio de um sol ensangüentado!
Eu te quero bem
Não obstante o ser imerso em tristezas
E o coração esfacelado…
Na luta intensa de te entender
Melgaço, quantas lágrimas amargas
Não te fizeram desejar viver em paz lá em Pasárgada
Onde é mais belo o amanhecer.
Melgaço, aguarda-te um melhor futuro…
Mas se te entregares nas mãos de um Collor imaturo
Retardarás o teu desenvolver!
Melgaço, Pará, Brasil, 15 de agosto de 1996.
Composto por Jaime Adilton Marques de Araújo.
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