Estrada do sol de agosto
Na estrada cheia do sol de agosto
Já ia distante setembro e eu andava por lá
Meus olhos se perdiam no nada
No meu desandar seguia a contragosto
Sem nada querer observar
Sobre as águas que passavam pela ponte
Ecoavam os profundos silêncios
Das águas turbulentas que seguiam para o mar
Eu sentia suas dores
Se perdendo dentro dele
Cansadas de tanto chorar
Percorrendo longas distâncias
Nas vagas reentrancias
Feito vagalumes soltos na imensidão
Feito pessoas que perderam sua identidade na vida
Que permitiram cegamente se anular
Por medo de lutar
Nessa lenta despedida
Que se dá junto ao mar
Doces e salgadas águas se fundem
E tudo vira o mar...
Longas e infinitas estradas da vida
Cheias do sol de agosto
Já começava setembro
Estrada comprida sem fim
Cheia de profundos mistérios que se perdem no pó do tempo
Estrada que acaba no descomunal espaço que agora é todo do mar
Do mar que acaba na areia
E vira estrada de novo
Banhada pelo sol de agosto
E tudo vai recomeçar...