Conter do fôlego
No derramar das palavras,
Aos sons que se dizem prosa,
Jorram intensas e voraz lavas,
Como se antes nunca conhecera a poesia,
Untada com o azeite do prazer,
Benzeu seu colo ao escrever,
Grávida da inspiração, suspirou...
Seus gemidos eram valsas na madrugada,
Suas estrofes calavam silêncios,
Das badaladas daquele tempo frio,
Onde o cio a devorava na noite,
Em que caminhara de lés à lés,
Ao sons vazios dos seus pés,
Ai se o tempo não conhecesse seus passos,
Lentos, doridos e escassos,
Triste luar, reluzindo os pirilampos,
Da vontade da sua ânsia de se libertar,
Ao rodopio da sua própria ilusão,
Como se seu barco nem tivesse vela,
E nem tivesse direcção,
E elas ao vê-la, resplandeceram,
Iluminando seus caminhos,
Até a colina do ventre,
Para o exibir da poesia no ápice,
E fazer vingar os seus propósitos,
Contra aqueles que levantaram os dedos,
Para que a prosa a inibisse com medos,
E roubasse alegria dos seus prantos,
E cortasse o fôlego do seu respirar (...)
(M&M)