CONFIANÇA
Dor imensa, dor tamanha,
que não se cala e arrebanha
meus sentidos por inteiro.
Dezembro se foi, é janeiro,
mas a dor inda persiste
e, machucando, ela insiste
em ficar por longo tempo.
Não, eu não quero esse alimento!
Eu quero luz, quero a vida
que passa com graça e palpita
a girar desenfreada,
numa orgia desmedida,
dias, noites, madrugadas.
Mas espero, eu confio,
quem já me esquentou no frio,
vai tirar-me deste nada.