DESENCANTO

 

Distraída eu ando errante

por entre vultos sombrios,

subindo escadas de pedra,

descendo a corrente dos rios.

 

Desanimada me dispo

junto à cama tão vazia.

Vazia de sonhos, de corpos,

de memórias dadivosas

que não fluem generosas

- uma cama triste e fria.

 

Já não mais eu canto o amor.

Canto apenas a minha dor.