JANELAS
Abro a janela no alvorecer,
E de braços abertos escancara
Desmascara o horizonte a florescer,
Pois, vigorosa, para o dia se prepara.
Juntamente abro meu coração,
Que acolhe a amplidão exposta,
E se prostra no brilho da ilusão,
E suspiro fundo como resposta.
A cerração encerra o vale em flor,
Fumaceando lenta, sublimando,
Gotejando orvalho - lindo - multicor.
É bom despertar ainda sonhando.
Imponente orbe amarela espreita,
Fornecendo fótons como luz de vida.
Comovida a noite se retira tonta
Alternância viva, de vinda e ida.
Fecho a janela no escurecer,
E de braços fechados ela boceja,
E deseja o luar não esconder.
Rotina boa para tudo: assim seja!