AO FOGO DO APEGO

AO FOGO DO APEGO

O fogo do abraço,

Apaga a luz,

Sentida pelos beijos,

Que não cercam a rendição.

No meio da tristeza,

O poder do fim,

Concentra-se na cegueira do pavor.

O novo encontro com as perdas,

Perto do choro,

Com a mesmice das lágrimas,

Vive publicamente elevado.

O naufrágio, habitante de tintas,

Entra confuso,

No nunca sábio.

Idas se dão,

À certeza da vez.

O ter visita,

Coberturas que sangram,

Para escurecer e cortar a dor.

O início construtor,

Destrói, esfumando subidas.

O depois se protege,

Da abertura,

Aquecida por dentro do tato.

O esquecimento da realidade,

Diminui o trabalho do tempo.

No labirinto do sexo,

As situações classificam,

As chamas do começo.

O tombo, em cinzas,

Cintila tardio,

E segue, para atirar-se ao agasalho.

Fechaduras se vestem,

Enquanto ninguém se lembra,

Da química do dedilhado,

Que corre pelo mundo inteiro,

Como uma aparência acesa.

A estabilidade envolve o chão,

E as pedras, queimadas e roubadas,

Assombram fisicamente,

As horas do convívio.

O antes amanhece,

Na mocidade das idades jovens.

Sem confirmação,

O amor apressa-se em colher o cansaço,

A fim de que não se torne maldição.

A volta, achada na recepção,

Faz do pagamento,

Uma faca apreciada.

As trocas desertas do outro,

Olham e veem a fuga,

Por temor à fixidez.

O alicerce da busca,

Vem, simplesmente por ser.

O enfrentamento modera,

O olfato da honestidade.

Cores vivas inferiorizam,

A tensão dos sorrisos velados.

A iluminação solitária,

Cresce diariamente com a saudade.

No reino da melancolia,

Aguarda-se mensagens,

Em que a poesia, segura e natural,

Canta às rochas da exaltação.

O aprendizado sofre com a espera,

Quando a despedida chega triunfante.

O repouso ouve,

O silêncio dos conflitos.

Antídoto, o ciúme agita,

O sopro peregrino do florescer.

O raciocínio soa,

Por deveres juntos e apegados.

Sofia Meireles

Sofia Meireles
Enviado por Sofia Meireles em 07/01/2022
Código do texto: T7423897
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