FILOSOFIA PARA VAGABUNDOS
Gosto da simplicidade dos dias vazios,
rasos e desertos,
onde o tempo aperta o corpo
e nos perdemos no tédio
das mais profundas inércias.
No fundo não passo de um vagabundo,
um devoto da deusa preguiça,
que nada espera do mundo.
Não sou feliz,
nem triste.
Sou livre do peso dos objetivos,
dos inúteis ideais da civilização
e do humanismo.
Sou um livre maltrapilho
que troça dos bem sucedidos,
dos que amam a vida,
e seguem presos a moral banal
de qualquer princípio e conclusão universal.
Gosto de dispor do tempo
para ser ninguém,
para não fazer nada,
e esquecer que existo.