FILOSOFIA PARA VAGABUNDOS

Gosto da simplicidade dos dias vazios,

rasos e desertos,

onde o tempo aperta o corpo

e nos perdemos no tédio

das mais profundas inércias.

No fundo não passo de um vagabundo,

um devoto da deusa preguiça,

que nada espera do mundo.

Não sou feliz,

nem triste.

Sou livre do peso dos objetivos,

dos inúteis ideais da civilização

e do humanismo.

Sou um livre maltrapilho

que troça dos bem sucedidos,

dos que amam a vida,

e seguem presos a moral banal

de qualquer princípio e conclusão universal.

Gosto de dispor do tempo

para ser ninguém,

para não fazer nada,

e esquecer que existo.

Carlos Pereira Junior
Enviado por Carlos Pereira Junior em 07/01/2022
Código do texto: T7423696
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