CÉU DE JANEIRO

Fito o olhar no entardecer,

nebuloso e suave, depois de um temporal

Sob um céu carregado de nuvens

Ali, na paisagem, serras verdes

adormecem sob o manto celeste

escurecido, nostálgico, típico dos esquecidos

silentes desenham sinuosas curvaturas,

dando ao expectador uma impressão ambivalente

de figuras intimidadoras e convidativas

Depois das chuvas que desabaram,

a tarde segue seu rito, lento, servil,

morno e acolhedor onde se ouve

um cricrilar de um grilo, que na sua monotonia

espanta a letargia do entardecer molhado,

nesta época do ano tão costumeiro

Sorvo a liquedez dessa paisagem,

embevecida fico a apreciar

o morosidade do tempo, sem marcar tempo...

Um pássaro sobrevoa o cenário, sozinho,

buscando refúgio um canto, um ninho

até ser atraído pelo canto de um parceiro,

e, some de vista.

Aprazível paisagem... doce viagem

a natureza inspira.

Terra molhada, arbustos carregados de água

um hibisco se sobressaí na cerca do vizinho.

Anoitece, devagarinho.

O céu de um cinza azulado, mescla de nuvens

e a luz do dia que agoniza,

vai deixando um rastro belo e suave

numa tonalidade dourada e escura,

mistura de nuances que o olhar agradecido, aguça.

Tela impressa numa mistura

de cores,

obra de um artista divino e alvissareiro

Graças a Deus!

Oxalá!

Salve, Jeová!

Céu de Allah!

venturosa sou eu, que posso contemplar

esse belo céu de janeiro.

Nota: Poesia elaborada ontem a tarde na minha varanda, depois de uma tarde chuvosa. Paisagem que inspira.

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