CÂNTICO

 

Ah! aquele jovem amor,

das primeiras luzes do dia,

do breve despertar da aurora,

explodia em lampejos,

ora suaves como a pluma,

ora desejosos como um fauno.

 

As flores abriam-se para ele,

somente para aquele amor,

que se inebriava com o perfume,

que se banhava nas cores dos ocasos,

que plainava pelos céus,

sombras azuis aladas.

 

Ah! eram tantas as esperas,

tantos segundos contados

até o surgimento daquela forma

tão perfeita , uma escultura viva,

com um sorriso inapagável

na face encalorada.

 

Ah! o inclemente tempo

em um só atropelo, amplo,

foi tornando as cores, vazias,

os aromas insensíveis,

servindo apenas para armazenar

na memória, tantos sonhos e fantasias.

 

 

 

 

 

 

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Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 06/01/2022
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