Do alto do deliro
Do alto do deliro
O poema suava
Rochas de feltro
Castigavam seu rumo
Migalhas de amor
Pitadas de rebeldia
Antecipavam o marco
No qual ele o poema
Navegava inerte
Mas entre instantes
Em que pedras se erguiam
E a vida ficava
Como se fosse
Mero rastro
O poema em sua
Amorfa insignificância
Brilhava firme
Dizendo: gente
Na brevidade
Somos tempo
Infinitos sóis
A dedilhar esperança