SONHOS ELOQUENTES
SONHOS ELOQUENTES
Eloquentes, os olhos dos poetas,
Raptam o frenesi,
Dos sentimentos mentais,
Libertados pelo poder da fala,
Que se torna música arrebatadora e flutuante,
Ante o aquecimento do amor.
A provocação, no êxtase da novidade,
Alivia o peso da idade,
Com a claridade conquistada pelo ânimo.
A naturalidade das lágrimas,
No tempo vitorioso do voo,
Ainda se detém,
Pela contemplação de ser,
Vencida pelo já em derrota.
O não do outro,
Ama o desdém,
Cumprido pelo ter.
A correspondência cessa ou floresce,
Na procedência da eternidade paradisíaca,
Propagada pelo clímax do sagrado.
Ao apagar a paixão,
A amizade, dotada de fogo,
Inspira a falsidade dos desejos,
Gelando a alegria.
A velhice, destruída por grandezas,
Vive, diariamente melhor,
Desde que não se deixe,
Levar pela perfídia da contaminação.
As horas incautas da glória,
Na fantasia das promessas,
Abrem-se à santidade,
Que brilha de acordo com os castigos,
Unidos aos sonhos..
Sofia Meireles.