Menino
Não preciso mais caçar a mim,
Tentar me descobrir
Pois o sonho já é real, já é demais
Sou moleque,
Já me achei.
Sou mais,
Sou menino, sou eu, sou rei.
Moro em mim mesmo
Imensidão
Maior que o quintal,
Mais quente que o sol,
Aglomerado de luzes, de bolas de gude
De coisas bonitas na mão.
E quando me assombram bruxas, duendes, escuridão
De pirraça, rechaço a sacanagem de viver passivo
Longe do meu lugar, sem medo, sem paixão.
Toda vez que o adulto apressa o passo e me alcança,
Toda vez que o medo no ato balança
Vou me encontrar assim
Entregue à canção, à paixão
Em meio a bolas de meia
Sob árvores várias e assim
Menino de mãos disponíveis
E estendidas pra mim.